Cientista enviado para investigar estranhos fenômenos ocorridos na estação espacial que orbita Solaris, reencontra ali a esposa que se matara há 10 anos. Depois de ser bombardeado com raios-x, o enigmático oceano que cobre o planeta parece dotado de alguma forma de razão com poderes para penetrar no íntimo dos seres humanos e materializar suas memórias, tornando-as reais através da criação dos “visitantes”. O filme recebeu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 1972.
Direção: Andrei Tarkovsky (1932-86)Filho do poeta ucraniano Arseny Tarkovsky Aleksandrovich, Andrei nasceu no distrito de Volga, Rússia. Estudou música e pintura antes de ingressar no Instituto Estatal de Cinema (VGIK), em 1956. Durante o curso, realizou sob a orientação de Mikhail Romm o curta “Hoje Não Haverá Saída Livre” (1959) e o média “O Trator e o Violino” (1960). Em 1961, rodou seu primeiro longa “A Infância de Ivan”, que recebeu o Leão de Ouro no Festival de Veneza. Dirigiu “Andrei Rublev” (1966), “Solaris” (1972), “O Espelho” (1974), “Stalker” (1979). Em conflito com as autoridades, mas não como “dissidente”, segundo insistia em afirmar, deixou a URSS em 1983 para residir na Itália. Dirigiu mais dois filmes: “Nostalgia” (1983) e “O Sacrifício” (1986). Suas concepções de cunho fortemente introspectivo e religioso sobre cinema e arte – “é com a ajuda do homem que o criador vem a conhecer a si próprio”, “um artista sem fé é como um pintor nascido cego” – estão reunidas no livro “Esculpir o Tempo”, lançado em 1985.
Argumento Original: Stanislaw Lem (1921-2006)Stanisław Lem nasceu em Leópolis, Polônia, hoje Ucrânia. Educado no catolicismo, tornou-se ateu: “por motivos morais … o mundo me parece construído de modo tão doloroso que eu prefiro acreditar que ele não foi criado intencionalmente”. Durante a ocupação nazista (1941-44), sobreviveu como mecânico de automóveis e participou da resistência. Depois da guerra, estudou medicina, mais tarde se tornou assistente de pesquisa e começou a escrever. Seus livros venderam mais de 45 milhões de exemplares. No ramo da ficção científica, com o qual se ocupou a maior parte do tempo, escreveu, entre outros, “Homem de Marte” (1946), “O Diário das Estrelas” (1957), “Éden” (1959), “Solaris” (1961), “Cyberiada” (1967), “A Voz do Mestre” (1968), “Fiasco” (1986). Em 1957, publicou seu primeiro livro de não-ficção, “Dialogi”. Gradualmente foi passando da ficção científica à crítica social, filosofia e futurologia.
Música Original: Eduard Artemyev (1937)Compositor e ator, Eduard Artemyev é natural de Novosibirsk, Rússia, e estudou no Conservatório de Moscou sob Yuri Shaporin. Pioneiro da música eletrônica, começou a compor em 1967 num dos primeiros sintetizadores, o ANS desenvolvido pelo engenheiro soviético Evgeny Murzin. Colaborou com Andrei Tarkovsky nas trilhas de “Solaris” (1972), “O Espelho” (1974), “Stalker” (1979); com Andrei Konchalovsky (“Siberiade”, 1979) e Nikita Mikhalkov (“Laços Familiares”, 1981). Assina mais de 150 trilhas musicais para cinema e televisão.
Nota sobre “Solaris“Não foram poucas as divergências entre Lem e Tarkovsky em relação à adaptação do romance para as telas.
Em entrevista por e-mail à Folha de S. Paulo, no ano de 2003, Lem escreveu:
“Eu definitivamente não gostei do ‘Solaris‘ de Tarkovski. Ele e eu diferimos profundamente em nossa percepção do romance. Enquanto eu imaginava que o final do livro sugeria que Kelvin esperava encontrar algo extraordinário no universo, Tarkovski tentou criar a visão de um cosmos desagradável, seguida pela conclusão de que se deveria voltar imediatamente para a Mãe Terra. Estávamos como um par de cavalos arreados, cada um puxando a carroça na direção oposta”.
Apenas clientes logados que compraram este produto podem deixar uma avaliação.
Avaliações
Não há avaliações ainda.