Sinopse
No verão de 1400, Andrei Rublev (1360-1430) deixa o monastério onde foi criado e vai a Moscou com o objetivo de pintar os afrescos de uma catedral do Kremlin. Lá é confrontado com a violência e as dificuldades a que o povo russo era submetido – na época, a pobreza e as invasões tártaras. Durante a missão, ao tentar salvar uma jovem, Rublev termina matando seu agressor e é preso, passando anos recluso e recolhido ao silêncio. O filme é dividido em histórias curtas que desenham uma visão dos caminhos que levaram o monge, canonizado em 1988, a se tornar um artista, formando a sua personalidade e fornecendo as motivações para que ele se tornasse o maior pintor de ícones da escola medieval russa.
Direção: Andrei Tarkovsky (1932-86)
Andrei nasceu em Ivanovo, perto do Rio Volga, na Rússia. Filho do poeta ucraniano Arseny Aleksandrovich Tarkovsky, estudou música e pintura antes de ingressar no Instituto Estatal de Cinema (VGIK), em 1956. Durante o curso, realizou, sob a orientação de Mikhail Romm, o curta “Hoje Não Haverá Saída Livre” (1959), e o média “O Trator e o Violino” (1960). Em 1961 rodou seu primeiro longa, a “A Infância de Ivan”, que recebeu o Leão de Ouro no Festival de Veneza. Dirigiu “Andrei Rublev” (1966), “Solaris” (1972), “O Espelho” (1974), “Stalker” (1979). Em conflito com as autoridades, mas não como “dissidente”, segundo insistia em afirmar, deixou a URSS em 1983 para residir na Itália. Em seguida dirigiu mais dois filmes: “Nostalgia” (1983) e “O Sacrifício” (1986). Suas concepções de cunho fortemente introspectivo e religioso sobre cinema e arte – “é com a ajuda do homem que o criador vem a conhecer a si próprio”, “um artista sem fé é como um pintor nascido cego” – estão reunidas no livro “Esculpir o Tempo”, lançado em 1985.
Roteiro: Andrei Konchalovsky (1937) e Andrei Tarkovsky (1932-1986)
Andrei Konchalovsky nasceu em Moscou, filho do escritor Serguei Mikhailkov, conhecido pela autoria das letras do Hino Nacional soviético e do hino da atual Rússia. Após estudar música na juventude, abandonou o curso para matricular-se na Universidade Estatal Russa de Cinematografia Gerasimov (VGIK). No período cultivou forte amizade com Andrei Tarkovsky, com quem iniciaria longa parceria. Seu primeiro filme foi “O Primeiro Professor” (1965), adaptação da novela de mesmo nome, de Chingiz Aytmatov. Filmou adaptações de clássicos russos como “Ninho de Fidalgos” (1969), da obra de Ivan Turgueniev, e “Tio Vania” (1971), da obra de Anton Tchekhov. Em 1979 lançou “Siberiada”, e ganhou o Prêmio do Júri em Cannes. Em 1980 mudou para os Estados Unidos, onde dirigiu “Expresso para o Inferno” (1985), a partir de ideia de Akira Kurosawa. Nos anos 90 retornou à Rússia, trabalhando eventualmente nos EUA. Lá realizou a série de TV “A Odisseia” (1997), vencedora do Emmy e produzida por Francis Ford Coppola. É membro da Academia Nacional de Artes e Ciências Cinematográficas da Rússia e, desde 2010, também da Câmara Pública da Federação Russa. É artista Homenageado da República Socialista Federativa Soviética da Rússia, RSFSR, e Artista do Povo da RSFSR.
Música Original: Vyacheslav Aleksandrovich Ovchinnikov (1936-2019)
Nascido na cidade russa de Voronezh, Vyacheslav Ovchinnikov começou a compor muito cedo e concluiu o Conservatório P.I. Tchaikovsky, em Moscou, em 1962. Entrou para a União de Compositores Soviéticos em 1964, e para a União dos Profissionais de Cinema da URSS em 1967. Compôs principalmente óperas e música para balés, mas também é autor de quatro sinfonias, além de oratórios, suítes e peças instrumentais. Começou a trabalhar no cinema em 1957, fazendo as músicas dos dois primeiros filmes de Andrei Tarkovsky, “A Infância de Ivan” (1961) e “Andrei Rublev” (1966). Realizou ainda restaurações de filmes mudos, como a trilogia “Zvenigora” (1928), “Arsenal” (1929) e “A Terra” (1930), de Aleksandr Dovzhenko, além da trilha sonora do consagrado “Guerra e Paz” (1966-68), de Serguei Bondarchuk. Recebeu a Ordem da Bandeira Vermelha do Trabalho, e o Premio do Komsomol Leninista, em 1977, pela música do filme “Eles lutaram pela Pátria” (1975). Em 1977 foi nomeado Artista do Povo da República Socialista Federativa Soviética da Rússia, e recebeu, em 1996, a Ordem “Pelos Serviços Prestados à Pátria” de IV Grau.
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